O Supremo Senhor é uma Pessoa, o Absoluto Criador, Preservador e Aniquilador das regiões cósmicas e universais. Por sua ação, os mundos são estabelecidos e sustentados, e continuamente transformados dentro do processo evolutivo que contém a toda Ordem. Ele está além da compreensão humana meramente racional, porque é o ilimitado, que não tem um começo nem um fim, mas que contém em si ao começo e ao fim de tudo o que é. Sendo o Senhor de todas as manifestações da existência, Ele pode se manifestar na forma que desejar se manifestar. Sua refulgência (Brahman) o manifesta, mas não fornece o livre acesso à sua Pessoa Suprema, a qual contém todas as opulências (Bhagavan).
Todas as almas viventes o contêm em seus corações (Paramatmaou Presença Eu Sou) e, portanto, podem encontra-lo dentro de si mesmas. Este encontro com Deus conduz a alma à iluminação (Samadhi) e à liberdade dos ciclos de nascimentos e mortes (Nirvana), o que pode ser conquistado pelo processo de Ascensão Espiritual. Aquele que, mesmo ainda permanecendo atrelado a um corpo físico, re-encontra com Krishna, a Pessoa Suprema, e com Ele estabelece um convívio íntimo, está situado em alinhamento perfeito com o Corpo Divino, o sétimo corpo (Siddhadeha). A intimidade com Deus existe em um estágio avançado de consciência espiritual, o qual preenche a vida do ascensionado de Amor Puro pelo Divino Senhor (Prema).
Krishna, Vishnu ou Narayana são três dos principais nomes de Deus, dentro da cultura Vaishnava. Vishnu é o responsável pela sustentação dos Universos, integrando à Trimurti, com Brahma e Shiva. No Vaishnavismo, é o mesmo Vishnu que contém à Mente Absoluta da Suprema Personalidade de Deus. Portanto, Vishnu, Krishna ou Narayana são nomes dados à mesma Pessoa. Esta Absoluta Divindade contém em si todas as energias que manifesta aos múltiplos aspectos da vida, e tais energias se personificam, detendo também de nomes específicos e qualidades que lhes são características de acordo com suas atribuições dentro da Anatomia Transcendental do Senhor.
Deus se manifesta nas energias masculina (Krishna, Vishnu ou Narayana) e feminina (Sri, Lakshmi ou Radha), contendo expressões pessoais internas e externas. Suas expressões internas compõem ao seu mundo pessoal, e aos impulsos co-criativos que lhes são íntimos. Elas se manifestam da (e para) a criação, a sustentação e a aniquilação, do que resulta uma Anatomia Interna do Senhor que contém três subníveis. Compreenda-se este conjunto de três subníveis como a Chama Trina que está no coração de Deus, da qual resultam três Esferas Divinas, as quais contém as Eternas Moradas dEle e de seus associados, que compõem ao Céu Espiritual (Vaikuntha).
Na Morada Azul (que pode ser também chamada de Vaikuntha) residem as energias criativas internas de Deus que se manifestam também como pessoas, e as quais se associam na ação co-criativa com o seu Absoluto Senhor. O Catur Vyuha é o componente essencial desta parte da Anatomia Transcendental de Deus, e compõe também a uma Chama Trina funcional, constituída por quatro Pessoas Divinas (Vasudeva, Sankarshana, Pradyumna e Anirudha), a qual será enfocada em um texto específico sobre o assunto (ver também O Catur Vyuha e a Pessoa de Balarama ou Baladeva). Das interações entre estas energias co-criativas, manifestam-se outras 12 conformações internas de Krishna (Vyuhantara) e as respectivas conformações de minha energia, a feminina (Shakti), conforme tabela abaixo. Tais personalidades compõem a mais uma Chama Trina, com os raios azul, amarelo-dourado, rosa e a flor de lótus, na sequência da tabela abaixo, sendo que cada raio desta Chama Trina está composto por três pessoas e as respectivas conformações da Shakti que lhes pertencem.
Vyuhantara
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Shakti
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Keshava
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Sri ou Kirti
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Narayana
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Vagishvari
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Madhava
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Kaanthi
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Govinda
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Kriya
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Vishnu
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Shanti
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Madhusudana
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Vibuthi
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Trivikrama
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Iccha
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Vamana
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Prithi
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Sridhara
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Rathi
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Hrishikesha
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Maaya
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Padmanabha
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Dhi
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Damodara
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Mahima
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É importante compreender que as mesmas ações co-criativas que são invocadas através dos mecanismos alquímicos, vinculados aos poderes da Chama Trina, têm neste padrão interno da manifestação de Deus a sua origem e o seu fim. Ainda seguindo a lógica desta conformação trina das energias de Deus, as outras duas subdivisões que contém às Eternas Moradas, são a Morada Amarela (Svetadvipa) e a Morada Rosa (Goloka). As mesmas energias da Morada Azul se encontram presentes nas outras duas Moradas, mas aparecem como personalidades e/ou aspectos que são característicos de cada uma delas.
Svetadvipa é a residência do Maha-Vishnu e de Maha-Lakshmi (ver também Sri, Lakshmi ou Radha, a Consorte Divina), o aspecto do Senhor que é responsável pela sustentação dos Universos, e a partir de onde Ele co-cria com Brahma e Shiva. Nesta Morada as energias do Catur Vyuha estão na conformação da Ananta Shesha, sobre a qual Vishnu repousa no Oceano Causal. Maha-Vishnu também se manifesta como uma Chama Trina funcional, onde Ele é a flor de lótus, cujas manifestações complementares são: Karanodakasayi Vishnu (raio azul), Ksirodakasayi Vishnu (raio amarelo-dourado) e Garbodhakasayi Vishnu (raio rosa), os três Purushas. Tem-se aqui o intercruzamento desta Chama Trina interna de Deus com a externa, que contém em si as manifestações da Trimurti (ver também Uma Introdução à Trimurti).
A Morada Rosa (Goloka) está manifestando aos Eternos Passatempos do Senhor com aqueles seus associados que estão junto dEle durante seus aparecimentos nos planetas. Tais Passatempos são eventos que compõem a detalhes da vida cotidiana e dos feitos dos avataras de Deus, e que existem eternamente, compondo à expressão da vida nesta parte da Eterna Morada. Existem muitos avataras de Krishna, sendo citados dez principais (Vahara, Matsya, Kurma, Narasimha, Vamana, Parashurama, Rama, Krishna, Budha e Kalki), ou 24 por alguns autores (dentre eles, os mesmos dez e outros como Narada, Nara-Narayana, Dhanvantari, Mohini, Vyasa e Balarama). Acrescem-se a estes, algumas expressões avatáricas que se manifestaram integrando importantes movimentos espirituais do ocidente, como Jesus e Saint Germain (este último, ainda em curso), os quais correspondem a manifestações respectivamente de Anirudha e Pradyumna.
Dentre todas as entidades avatáricas, a principal, e única que manifesta a presença planetária de Deus mais completa, se denomina propriamente Krishna. Krishna ou Govinda ou Hari esteve presente no planeta a cerca de 5.000 anos, na Índia, onde manifestou diversos dos seus passatempos Eternos, dos quais pude participar na qualidade de sua energia feminina. Krishna nasce em Mathura, mas, para escondê-lo de Kamsa, que desejava mata-lo por que sabia que no futuro seria eliminado por esta Suprema Pessoa, seu pai (Vasudeva) o levou para Vraja. Neste vilarejo ele foi criado por Nanda Maharaja e Yashoda, como um vaqueirinho, que elimina muitos seres demoníacos e se diverte com os gopas e as gopis (vaqueirinhos e vaqueirinhas). Em sua fase adulta, se torna rei de Dvaraka, e esposo de 16.108 rainhas, todas minhas próprias expansões e, dentre as quais, Eu estou plena de minha Divindade na pessoa de Rukimini.
Muitas outras manifestações de Deus no planeta tiveram grande importância para a transformação das condições planetárias (ver também Sita, Rama, Lakshmana e Hanuman). Sempre que Ele desce, o faz a fim de manifestar soluções específicas para cada época. Em geral, tais eventos acontecem quando as condições planetárias se tornam excessivamente inóspitas devido ao avanço do materialismo e ao distanciamento de Deus por parte da grande maioria dos habitantes do globo. Há ainda um dos dez principais avataras para se manifestar no final de Era de Kali, cuja época exata de ocorrência tem sido objeto de bastante controvérsia. Saiba-se que tal evento se dará na transição do estado de consciência da humanidade que está associado a esta Era de Aquário. Portanto, as estimativas de mais de 400.000 anos para a sua vinda são de fato superestimadas.
Conteúdo obtido por sintonização com a energia de Sri Adi Shakti, através de Valéria Moraes Ornellas, Sacerdotisa da Ordem de Zadkiel e co-fundadora da Editora Sétimo Raio, Rio de Janeiro – RJ, e originalmente publicado neste blog. Se desejar divulgar este texto, favor citar devidamente a autoria e a fonte original da publicação.
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