Bhagavad Gita sob a Luz do Conhecimento Alquímico. II. A Eterna Fonte da Vida
Sanjaya disse: Assim
falando, Arjuna disse a Krishna, o Senhor dos Sentidos: “Govinda, eu não vou
lutar”, e se calou. Ó Dhrtarastra, Krishna, sorrindo, entre os exércitos, disse
a ele: “Com sua erudição, você está se lamentando pelo que não é digno de
lamentação. Os sábios nunca se lamentam pela vida que se perde ou não se perde.
Nunca houve um tempo em que eu não existisse, nem você, nem estes reis; nem
haverá um tempo no futuro em que todos nós deixaremos de existir. Assim como se
passa neste corpo da infância para a juventude e então para a velhice, ocorre a
transferência entre corpos. O sóbrio não se ilude com isso” (Bhagavad-gita 2.9-12).
Krishna agora nos diz: “A
alma do ser vivente é manifestação da Eterna Fonte de vida que está em
mim, e
sendo a expressão relativa da minha Absoluta Personalidade, não me
contém, mas Eu a contenho, embora meu Todo não esteja nela. Restrita às
limitações que sua
natureza pessoal lhe impõe, ela nem sempre consegue perceber-se se
movimentando
conforme minhas Leis, porque Eu estou além da mera especulação mental e
das
percepções sensoriais, apesar de ser Eu mesmo a origem e o fim de todas
as
percepções e especulações. Através do uso de suas habilidades
existenciais, o
ser vivente pode me conhecer, e à Eternidade a que se submete, enquanto
manifestação parcial do que me contém em minha Totalidade. Aquele que
realiza às Leis que mantém a alma aprisionada aos ciclos de nascimentos e
mortes, este se liberta das amarras a que a pequena individualidade,
enquanto
ausente de minha Suprema Personalidade, permanece atrelada. Eu Sou a
Fonte da Liberdade
destes ciclos que matam a alma, pois Eu Sou a Fonte dos próprios ciclos,
assim
como também da Vida Eterna que reaproxima a alma de mim e de minha
Morada”.
Comentários (de Saint Germain):
Sanjaya está
relatando a Dhrtarastra o que viu no campo de batalha de Kuruksetra, e nesta
passagem Krishna está confortando Arjuna que não quer lutar, pois não deseja
exterminar seus parentes. O Supremo Senhor lhe explica que a alma é Eterna,
como é Eterna sua Fonte. Portanto, não se deve lastimar pelos mortos, os quais
passam pela morte a fim de finalizar com um ciclo e dar início a outro. Este
mecanismo se repete infindavelmente enquanto o ser vivente se mantém alheio às
Leis Divinas, através das quais pode se libertar e voltar à sua Fonte de origem
e de destino, a Morada de Luz, onde Deus (Krishna) e seus associados habitam.
O conhecimento
das Sagradas Leis permite que a alma retome sua caminhada rumo aos degraus mais
elevados da consciência. Todas as personalidades que se encontram envolvidas
com sequências de experiências corporais, em alguma das oitavas que lhes impõem
limitações existenciais de determinados tipos, as quais aprisionam a
individualidade aos ciclos de reencarnação, podem re-estabelecer habilidades
superiores que lhes pertencem originalmente. Elas então se tornarão aptas a
galgarem aos graus mais elevados da consciência, acessando ao Ser Crístico
pessoal e dando-se acesso à Presença Eu Sou.
Tais estados
elevados da consciência dão acesso à Suprema Sabedoria de Deus, e a alma se
regozija da Eternidade, que se mostra a ela através de seus sentidos originais,
os quais não pertencem ao corpo físico. Este corpo inferior é temporário, assim
como também o são os bens e certas categorias de conquistas pessoais, que não
contribuem em nada com o avanço na vida espiritual. Deve-se compreender que
existem necessidades que a alma sente, enquanto está atrelada ao carma, que não
lhes pertencem originalmente, tendo se desenvolvido da teia de interações
cármicas que se forma da repetição constante dos ciclos de nascimentos e mortes
a que ela se submete.
As Leis que se aplicam à libertação do ser
vivente de tais repetições de cadeias de mortes e nascimentos se tornaram
conhecidas de muitos sábios e pessoas santas, os quais, mesmo enquanto estando
presentes na matéria, não se deixaram corromper por seus laços e desapegaram-se
dos vínculos transitórios que poderiam mantê-los distanciados de sua condição
original de existência, que é espiritual e não físico-corporal. Este mesmo tipo
de compreensão se faz disponível para todos os seres humanos que desejem
aprimorar-se, libertando-se das limitações dos corpos inferiores. Estamos
propagando teorias e práticas que compõem à Sagrada Alquimia, a fim de oferecer
a redenção da alma a todo ser vivente deste planeta que se faça receptivo para
tais Ensinamentos de Amor e de Compaixão, os quais são derramados sobre a Terra
a partir da Mente do Senhor.
Krishna afirma
que “através do uso de suas habilidades
existenciais, o ser vivente” pode conhecê-lo, “e à Eternidade a que se submete”. Tais habilidades são inerentes
à alma e, embora muitas delas possam estar obscurecidas pelo véu da ilusão que
recobre a consciência original, podem ser reavivadas. Existem inúmeros
processos que estão sendo disponibilizados com esta finalidade, partindo das
iniciativas dos Emissários das Supremas Leis, os quais são Divinos
Intermediários entre o Senhor e as almas que se encontram atreladas a corpos
físicos e a personalidades emocionais e mentais da oitava física terrena.
Quando o
Conhecimento predomina, o ser se ilumina e, através da Luz da Sabedoria, se
liberta da ilusão. Então não se lamenta mais pelo desapego que precisa
estabelecer a partir do rompimento de laços que não lhes servem mais, porque
precisa avançar na sua caminhada espiritual. Muitos dos laços familiares
meramente carnais, da mesma forma que todos os apegos meramente materiais,
prendem o ser humano a padrões vibratórios que são desfavoráveis ao
amadurecimento da alma. Isso precisa estar bem claro a todos que desejam
ascensionar na consciência, rumo à Sagrada Luz dos degraus superiores desta
escadaria que lhes pode conduzir de volta ao Lar, a Morada de Deus.
Krishna nos
instrui, sendo ele a própria “Fonte da
Liberdade destes ciclos que matam a alma”, e a “Fonte dos próprios ciclos”. Voltemo-nos a esta Fonte Eterna, pois
a liberdade é tudo de que precisamos, a fim de permanecermos eternamente
imersos na Luz da consciência que se eleva acima de toda ignorância e de
qualquer forma de limitação meramente humana e material. Estejamos convictos de
que é isso que Deus deseja de todos nós, e não permitamos que a dúvida nos
acometa, freando aos nossos impulsos de autoaperfeiçoamento e redenção. O
Supremo Senhor oferece a todos ininterruptamente sua Eterna Compaixão, o que se
manifesta através daquilo que ele deseja que cada um realize como parte da sua
Obra. Que cada um faça, portanto, o que lhe cabe realizar, em uníssono de
interesses com a Fonte Única de todas as almas e de suas oportunidades de
redenção.
Conteúdo obtido por sintonização através de Valéria Moraes Ornellas, Sacerdotisa da Ordem de Zadkiel e co-fundadora da Editora Sétimo Raio, Rio de Janeiro – RJ, e originalmente publicado neste blog. Se desejar divulgar este texto, favor citar devidamente a autoria e a fonte original da publicação.
Conteúdo obtido por sintonização através de Valéria Moraes Ornellas, Sacerdotisa da Ordem de Zadkiel e co-fundadora da Editora Sétimo Raio, Rio de Janeiro – RJ, e originalmente publicado neste blog. Se desejar divulgar este texto, favor citar devidamente a autoria e a fonte original da publicação.
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