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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Expansões da Energia Feminina Divina e o Prazer Transcendental de Deus



 "Antes de ler este texto, por uma questão de continuidade dos conteúdos, acessem Relações Conjugais nas Florestas, onde estão disponíveis os links p/ os textos anteriores desta série (Valéria Ornellas)".

               Srimati Radhika é a maha-sakti e encarna a essência condensada da hladini-sakti ou mahabhava-svarupa, desta forma se direciona ao que se pretende abordar a partir dos escritos sobre os quais escrevemos. Comenta-se que Ela é também chamada Gandharva, sendo que o Rk-parisista (suplemento ao Rg Veda) “descreve o imenso brilho de Madhava quando ele está com Radha”. De fato, nos completamos em Amor Transcendental, e tal sensação de estar com quem se ama de maneira tão completa aumenta o que irradia da satisfação de ao sentimento reciprocar. No texto também se menciona que Srimati Radha é a mais bela das consortes de Sri Krishna, de modo a nem precisar de adornos de embelezamento, mas, mesmo assim são mencionados doze decorações (srngara) e doze ornamentos (abharana). Os ornamentos se contêm no aspecto que Ela é, integrando-a no desenho que se faz haver do que Eu penso, traduzindo-a para a Minha própria percepção. Mesmo que não haja como adornar ao que por si só adorna ao profundo olhar, as vestimentas e as demais decorações aumentam a Luz de nos arranjarmos, como parte da intenção de dar forma ao que mutuamente gostamos de nos doar.
O Gosvami descreve ainda que a extraordinária beleza de sua svarupa (forma e/ou natureza peculiar) é aumentada muitas vezes pela suavidade de seu rosto, a elegância dos seus cabelos e demais aspectos corporais. “Não há nada que se compare à sua beleza em todos os três mundos”, comenta-se. Radharani é o que a shakti demonstra pretender Me ofertar a partir de suas mais íntimas interações com o que sente enquanto a personificação da contraparte feminina do Amor Conjugal em sua mais plena perfeição. E Ela sente o que recebe da relação que intercambia com a Fonte de sua própria identidade e, portanto, do que Eu desejo que se faça haver na consciência que a personifica dentro da unidade que há entre Nós. Dela emanam todas as demais conformações do aspecto feminino com o qual co-crio e articulo as demais manifestações da madhura-rasa, de modo que todas as conformações estão nEla e a pertencem. Sendo assim, Sri Radhe é completa e Me agrada plenamente, porque Eu tenho-a como Aquela que Me faz satisfeito estar por ao Amor articular com total Perfeição.

               Então se descrevem e comentam muitas de suas particularidades, as quais as fazem diferente das demais saktis, todas as quais Ela mesma contém. Dentre as inumeráveis qualidades de Sri Radha, o texto que comento menciona as mais proeminentes, como: sua doçura (madhura), jovialidade, brilho, fragrância, arte musical, educação, modéstia, paciência e gravidade. Gosto Eu mesmo de apreciar à sua maneira de interceder no que desejo manifestar, fazendo o que pode a fim de Me satisfazer. Isso é uma qualidade que todas as jivas devem procurar desenvolver e, portanto, Radha é extremamente qualificada como quem detém da Sabedoria da arte de Me servir. Sendo assim, Ela é a mais íntima de todas as expressões que faço haver para ao Meu lado estar, eternamente envolvida com o que às Minhas ações fará complementar. Ela é Sri e também Lakshmi, Rukmini e Sita Devi, além de assumir muitas outras conformações, que se fazem necessárias na interação com o que se expande do Meu pensar acerca da Criação, que se destrói e que se mantém das manipulações que existem entre o feminino e o masculino que estão em Mim.
O que se afirma é verdade quanto ao fato dEla gostar muito de se ocupar com passatempos transcendentais e deles desfrutar. Sri Radhe é sempre ávida a manifestar a excelência de mahabhava, podendo transferir sensações de prema aos que a Ela se associam. Afinal,mahabhava é exclusivo de sua própria percepção, pois se trata do conjunto de sensações que somente a shakti primordial pode experimentar, porque só Ela contém dos elementos que a fazem sentir o que sente quando ao Amor reciproca com sua Absoluta Fonte. Os que dEla se aproximam e, de alguma forma, à Sua influência se submetem podem tirar proveito do que através de Minha potência de prazer podem obter para si mesmos. Conforme o que se explicita as características que a traduzem às percepções são todas transcendentais (aprakrta) e Me agradam perpetuamente. Não há como não haver agrado pleno de quem dá à Sua shakti os aspectos que dão significado ao que lhe agradam em si mesmo enquanto elemento de Sua própria feminilidade, a qual, no entanto, completa-se nas interações com o masculino que Me faz Absoluto ser.
 Radhe é especificamente a gopi que Sri é quando nos envolvemos em passatempos dos ambientes florestais de Vraja, onde, a fim de Me propor o que desejo dEla receber, suas expansões se mostram como muitas pessoas a mais, as quais, no entanto, são aspectos dEla mesma, mostrando-se através de múltiplas formas e em diferentes humores. Tais emanações de si mesma, Ela as mantém como Suas associadas (yuthas), que dão existência a um grupo formado por gopis, todas adornadas por características transcendentais e que Me atraem com olhares, gestos e qualidades. O que se propaga através da obra que estamos comentando, assim como também em outros escritos e comentários, apresenta a classificação das sakhis de Radharani em agrupamentos, sendo o mais importante deles o dasparama-prestha-sakhis, formado por Lalita, Visakha, Citra, Campaka-lata, Tunga-vidya, Indu-lekha, Rangadevi e Sudevi. Como acertadamente é colocado, através dos ensinamentos que o suposto mestre espiritual de Vijaya Kumara o transfere, todas elas têm premapor Radha-Krsna elevado ao extremo, e compõem seus próprios subgrupos de expansões, chamados gana (por exemplo, Lalita gana).

As expansões de Radhika existem conforme uma Lógica que Ela mesma domina e manifesta, fazendo-se expressar na multiplicidade de maneiras de Comigo se relacionar que existe dentro de si mesma. Partindo de tal Lógica, a madhura-rasa se faz existir tanto em svakiya (atração conjugal) quanto em parakiya (atração extraconjugal), existindo o que se pode perceber como três subdivisões de nayika (a heroína das lilas), que são mencionados a seguir: (a) o aspecto mais inocente e inexperiente (mugdha),que é tímida e se deixa controlar pelas amigas, o qual somente consegue buscar por Mim escondida das demais; (b) o aspecto intermediário (madhya), que é o único que demonstra a excelência da rasa, e contêm elementos de ambas as outras duas subdivisões, porém, que é muito mais equilibrado; e (c) o aspecto mais maduro e orgulhoso (pragalbha), de gopis intimidativas e obstinadas. As duas últimas categorias podem ser ainda compreendidas como compostas por nayikas mais experientes (jyestha) e menos experientes (kanistha). Todas elas podem experimentar circunstâncias de gracejo (dhira), seriedade (adhira) e choro (dhiradhira) mediante certos atos conjugais que reciprocamos.
Segundo tal Lógica, que está em Sri ou Radharani, têm-se sete tipos de nayikaem svakiya, sete em parakiya, ocupando as categorias madhya e pragalbha, além de um tipo de mugdha, do que totalizam 15 tipos de nayika. Elas existem em diferentes condições (avasthas), as quais podem ser experimentadas em determinadas circunstâncias. As oito principais são comentadas, e nos interessam para que possamos a um maior detalhamento tecer em torno da Transcendental Geometria que a todas elas contém. Estes estados ou condições se caracterizam por: (a) satisfação de estar indo a um encontro, decorada (abhisara); (b) compenetração em se preparar e ao local de encontro com antecedência (vasaka-sajja nayika); (c) impaciência devido a um atraso Meu (utkanthita); (d) ciúme causado pelo atraso (khandita); (e) desapontamento pela Minha ausência (vipralabdha); (f) ansiedade causada pela separação que a faz reprimir Seu Amor (kalahantarita); (g) angústia devida à separação que causa melancolia e ansiedade (prosita-bhartrika nayika); e (h) satisfação por controlar-Me, quando Me faço submisso a madhavi (svadhina-bhartrika).

Juntando tais condições circunstanciais com a subdivisão subsequente, obtêm-se mais detalhes que contribuem com a compreensão do porquê de tantas gopis. As nayikas podem também ser divididas em outras três categorias, que aparecem no Jaiva-Dharma: (a) as mais exaltadas e rendidas (uttama); (b) as que estão em estado intermediário (madhyama); e (c) as menos preparadas (kanistha). Tais subdivisões se diferenciam de acordo com a intensidade e o amadurecimento do bhavacom o qual reciproco com a mesma intensidade e natureza. Daí se multiplica 15 por 8 (os avasthas) e tem-se 120 tipos de nayikas, que, por serem dispostas nas últimas três categorias, dão como resultado 360 tipos ao todo. Esta manifestação eterna e infinita se refaz incontáveis vezes, de modo que não há como precisar o número de gopis que se fazem manifestar para que Eu possa desfrutar da lila de a tantas expressões do transcendental Amor expressar.
Outro aspecto desta geometria diz respeito às yuthesvaris (líderes das gopis), divididas de acordo com sua boa fortuna em: adhika (grande), sama (moderada) e laghvi (leve); e de novo subdivididas em outros três tipos de comportamento: (a) duronas (prakhara); (b) moderadas (madhya); e (c) suaves (mrdvi). As adhika pertencem a duas sessões: atyantiki (extremo) e apeksiki (comparativo); e todas as interseções que se fazem entre as subdivisões resultam em algum tipo de expressão do aspecto feminino essencial dentro da interação com o masculino que a faz perceber-se e articular-se como o que de fato é. Em tais articulações das yuthesvaris, aquela que não tem ninguém acima dEla é uma atyantika-adhika, e é Radha. Apeksika-adhika são superiores a muitas líderes, enquanto Atyantiki-laghu é a nayika perante a qual todas as demais são superiores.  E assim, tal geometria existe e se mantém, não apenas atrelada à Vrindávana material, mas sim na eternidade da Morada Transcendental, onde Eu estou, contemplando em Meu íntimo a tais conformações do que Eu mesmo (shaktimam) penso e sinto enquanto articulo com o que Ela (shakti) pensa e sente no Meu próprio pensar e sentir a Nossa relação conjugal e suas inúmeras manifestações.

                            Sri Krishna (29/10/2013)

Conteúdo obtido por sintonização, através de Valéria Moraes Ornellas (Sri Krishna Madhurya Devi), Sacerdotisa da Ordem de Zadkiel e co-fundadora da Editora Sétimo Raio, Rio de Janeiro – RJ, e originalmente publicado em http://srikrishnaadishakti.blogspot.com.br. Este material faz parte dos recursos de apoio ao curso de Rasa-Tattva: Princípio do Amor Divino, que será oferecido em breve pela Ordem de Zadkiel, na cidade do Rio de Janeiro. Se desejar divulgar este texto, favor citar devidamente a autoria e a fonte original da publicação.     

Obs.: Estamos estudando o livro Jaiva-Dharma, de Srila Bhaktivinoda Thakura, e, a fim de complementar nossas compreensões e aprofundá-las, Sri Krishna nos ofereceu seus comentários a trechos da parte desta obra que trata de Rasa-Tattva. Este trabalho é feito através de uma parceria, que envolve a leitura e seleção dos trechos que eu mesma faço, porém, sob orientação do Senhor; e seus comentários, os quais transcrevo na forma das explicações que acompanham às descrições do que é apresentado por Srila Bhaktivinoda. O resultado será publicado periodicamente nesta página e constituirá a base de um curso ministrado pela Ordem de Zadkiel – RJ. Veja http://ordemdezadkiel.blogspot.com.br/2013/10/lancamentos-de-cursos-de.html.